A edição de setembro da revista Ciência & Saúde Coletiva apresenta uma série especial de artigos científicos sobre o Programa Mais Médicos. A pesquisa A pesquisa “Monitoramento e avaliação do Projeto de Cooperação da OPAS/OMS com o Programa Mais Médicos: reflexões a meio caminho” – de autoria do representante da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) no Brasil, Joaquín Molina, do coordenador da Unidade Técnica do Mais Médicos, Renato Tasca, e do consultor Julio Suárez – aborda o marco de monitoramento e avaliação da iniciativa, desenvolvido para identificar os avanços na cobertura e qualidade dos serviços de atenção básica oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Segundo Molina, Tasca e Suárez, a estratégia adotada pela OPAS/OMS levou à formulação do “Quadro de Monitoramento e Avaliação do Projeto de Cooperação da OPAS/OMS com o Programa Mais Médicos”, que abarca três macro áreas: monitoramento de desempenho, avaliação de processos e resultados nos serviços de saúde e impacto sobre o sistema de saúde. “Por iniciativa do Escritório Regional, foi criado um grupo de assessoramento, composto por especialistas internacionais, que acompanha o processo de monitoramento e avaliação, com capacidade de apresentar recomendações voltadas ao aperfeiçoamento do referido processo.”
O monitoramento e a avaliação do Projeto de Cooperação oferecem oportunidades significativas à OPAS/OMS, que servem de instrumento para acompanhar a gestão e prestar contas sobre a atuação da Organização e também constituem um mecanismo gerador de conhecimentos que contribuirão para o aprimoramento operacional do SUS e de seus serviços à população. A Organização espera ainda que as lições aprendidas em decorrência desse trabalho, que concentra esforços para ampliar e fortalecer a atenção primária à saúde, sirvam de exemplo para outros países do continente americano.
Mais Médicos
O Mais Médicos foi criado em 2013 pelo Governo Federal brasileiro, com o objetivo de suprir a carência desses profissionais nos municípios do interior e nas periferias das grandes cidades. A Representação da OPAS/OMS no Brasil colabora com a iniciativa intermediando a vinda de médicos de Cuba para atuar em unidades de saúde do país.
Os médicos cubanos atuam na área de Atenção Básica, atendendo pessoas com diabetes, hipertensão e hanseníase, entre outras doenças, além de promoverem ações educativas. Eles também estão entre os profissionais que trabalham na prevenção e diagnóstico do vírus zika e no acompanhamento de crianças com microcefalia.
Uma pesquisa feita pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em parceria com o Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe) – com aproximadamente 14 mil entrevistas – apresentou avaliações positivas da população sobre o desempenho dos profissionais brasileiros e estrangeiros que integram a iniciativa. Do total de entrevistados, 81% possuem baixa renda e 95% afirmaram estar satisfeitos com o programa. De 0 a 10, deram nota 8,4. Entre os indígenas, a média foi de 8,7.
Foto: Alejandro Zambrana
Fonte: OPAS/OMS