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13/07/16 - Aldeia Makira, município de Itacoatiara(AM). O médico cubano Dr.Erick Garcia Reis atende a paciente Leonildes Mura.

Avanços e desafios do Programa Mais Médicos são tema de nova edição da revista Ciência & Saúde Coletiva

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13/07/16 - Aldeia Makira, município de Itacoatiara(AM). O médico cubano Dr.Erick Garcia Reis atende a paciente Leonildes Mura.
13/07/16 – Aldeia Makira, município de Itacoatiara(AM). O médico cubano Dr.Erick Garcia Reis atende a paciente Leonildes Mura.

A edição de setembro da revista Ciência & Saúde Coletiva apresenta uma série especial de artigos científicos sobre o Programa Mais Médicos. A pesquisa A pesquisa “Monitoramento e avaliação do Projeto de Cooperação da OPAS/OMS com o Programa Mais Médicos: reflexões a meio caminho”  – de autoria do representante da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) no Brasil, Joaquín Molina, do coordenador da Unidade Técnica do Mais Médicos, Renato Tasca, e do consultor Julio Suárez – aborda o marco de monitoramento e avaliação da iniciativa, desenvolvido para identificar os avanços na cobertura e qualidade dos serviços de atenção básica oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

“Decorridos quase três anos desde seu início, é evidente o impacto do Mais Médicos na vida de milhões de brasileiros. Pela primeira vez, habitantes de mais de 700 pequenas cidades brasileiras contam com um médico residente em seu território e não precisam se deslocar para outro município em busca de atendimento médico ou pagar por serviços particulares”, afirmam os autores. O programa conta atualmente com um contingente de mais de 18,2 mil médicos alocados em 4.058 municípios brasileiros e 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas – 11,4 mil deles cooperados. Dados coletados até dezembro de 2015 revelam que 84,85% dos médicos cubanos foram alocados em áreas prioritárias para o Sistema Único de Saúde: a maioria na região Norte, seguida das regiões Sudeste, Sul, Nordeste e Centro-Oeste.

Segundo Molina, Tasca e Suárez, a estratégia adotada pela OPAS/OMS levou à formulação do “Quadro de Monitoramento e Avaliação do Projeto de Cooperação da OPAS/OMS com o Programa Mais Médicos”, que abarca três macro áreas: monitoramento de desempenho, avaliação de processos e resultados nos serviços de saúde e impacto sobre o sistema de saúde. “Por iniciativa do Escritório Regional, foi criado um grupo de assessoramento, composto por especialistas internacionais, que acompanha o processo de monitoramento e avaliação, com capacidade de apresentar recomendações voltadas ao aperfeiçoamento do referido processo.”

O monitoramento e a avaliação do Projeto de Cooperação oferecem oportunidades significativas à OPAS/OMS, que servem de instrumento para acompanhar a gestão e prestar contas sobre a atuação da Organização e também constituem um mecanismo gerador de conhecimentos que contribuirão para o aprimoramento operacional do SUS e de seus serviços à população. A Organização espera ainda que as lições aprendidas em decorrência desse trabalho, que concentra esforços para ampliar e fortalecer a atenção primária à saúde, sirvam de exemplo para outros países do continente americano.

Mais Médicos

O Mais Médicos foi criado em 2013 pelo Governo Federal brasileiro, com o objetivo de suprir a carência desses profissionais nos municípios do interior e nas periferias das grandes cidades. A Representação da OPAS/OMS no Brasil colabora com a iniciativa intermediando a vinda de médicos de Cuba para atuar em unidades de saúde do país.

Os médicos cubanos atuam na área de Atenção Básica, atendendo pessoas com diabetes, hipertensão e hanseníase, entre outras doenças, além de promoverem ações educativas. Eles também estão entre os profissionais que trabalham na prevenção e diagnóstico do vírus zika e no acompanhamento de crianças com microcefalia.

Uma pesquisa feita pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em parceria com o Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe) – com aproximadamente 14 mil entrevistas – apresentou avaliações positivas da população sobre o desempenho dos profissionais brasileiros e estrangeiros que integram a iniciativa. Do total de entrevistados, 81% possuem baixa renda e 95% afirmaram estar satisfeitos com o programa. De 0 a 10, deram nota 8,4. Entre os indígenas, a média foi de 8,7.

Foto: Alejandro Zambrana

Fonte: OPAS/OMS