Telessaúde Acre realiza webinário sobre o Dia Mundial Sem Tabaco

A programação foi transmitida no canal do YouTube e falou sobre a importância de políticas públicas e de saúde para o combate ao cigarro

Em parceria com a Divisão de Controle do Tabagismo da Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre), o Núcleo Telessaúde Acre realizou nesta segunda-feira, 31, um webinário sobre o tema “Dia Mundial Sem Tabaco”, com a presença do pneumologista e ativista sanitário Alexandre Milagres, da psicóloga Aline Mesquita e do enfermeiro Tiago Cruz, que discutiram sobre os malefícios do uso do tabaco para a saúde e para o meio ambiente.

Durante a discussão, os convidados falaram sobre a capacidade de vício que a nicotina tem, além do fato de o cigarro brasileiro ser um dos mais baratos do mundo, fazendo com que o consumo continue aumentando. “Nenhuma droga psicoativa, nem crack, nem heroína, nem nada existente tem o poder de gerar dependência química como o cigarro tem, que é consumida por mais de 1,1 bilhão de pessoas”, disse o pneumologista.

O ativista também falou sobre a relação que existe entre tuberculose e tabagismo. De acordo com estudos da Organização Mundial de Saúde (OMS), a soma de mortes dessas duas doenças chega a 16,8% da mortalidade global, sendo que 20% dos casos de tuberculose podem ser atribuídos ao tabagismo. “Apesar de termos conquistas evidentes no combate ao tabaco no mundo inteiro, ainda temos mais de 1 bilhão de fumantes no planeta, sendo que eles estão em sua grande maioria em países mais pobres ou em desenvolvimento”.

SOBRE A DATA

Em resposta aos milhões de casos anuais de doenças potencializadas pelo uso do tabaco, a OMS reconheceu que a epidemia de saúde pública é um problema global que necessita de medidas intersetoriais, cooperação internacional e participação integrada de todos os países para ter o devido controle.

Nesse sentido, a data 31 de maio foi escolhida em 1987 para que o Instituto Nacional do Câncer (Inca), demais autoridades de saúde e outros setores da sociedade se organizem para traçar medidas em prol de combate ao tabagismo que, de acordo com a psicóloga, “não é apenas um fator de risco, mas uma doença que é classificada na Classificação Internacional de Doenças (CID)”. Sobre isso, a OMS publicou um artigo chamado “Mais de 100 razões para largar o tabaco”, que mostra 103 motivos ligados à saúde, economia e ao meio ambiente que podem ser prejudicados com o uso da nicotina.

Ela falou também que o tabagismo intensificou o grau de gravidade de pacientes com Covid-19, principalmente a partir do uso de cigarros eletrônicos e narguilé, usados de forma compartilhada. Com a pandemia, o tabagismo se soma como um fator de risco para o agravamento da Covid, com mais internações em UTIs, ventilação mecânica e óbitos”, ressaltou.

TRATAMENTO

O Sistema Único de Saúde (SUS) preconiza o tratamento gratuito da doença, inserindo o tabagismo em três níveis de cuidado, com ênfase na Atenção Primária, onde usualmente os pacientes têm o primeiro contato. Começa-se com o tratamento propriamente dito, com ou sem apoio medicamentoso. Após o paciente largar a nicotina, começa-se as sessões estruturadas individuais e em grupo até completar um ano de acompanhamento, fazendo os diagnósticos necessários para fazer com que o paciente não volte a ter recaídas novamente.

O enfermeiro Tiago Cruz de Souza contou que é a partir da Atenção Primária que se pressupõe maior proximidade entre profissional e usuário e a construção de um vínculo mais sólido entre ambos, o que auxilia no combate à doença e a identificar o tratamento necessário e eficaz para cada caso.

“A gente sabe que todo paciente tem seu momento de largar o tabaco. Às vezes envolve questões psicológicas, doenças de base, e nesse sentido, nós da atenção básica sabemos esse momento pois conhecemos o paciente. De todos os níveis de atenção, ela é a que mais privilegiada nesse cuidado”, pontuou.

Se você, fumante, sente o desejo de se libertar do cigarro, procure uma Unidade Básica de Saúde para iniciar o tratamento. O tabaco mata mais de 8 milhões de pessoas por ano. Não queira ser mais uma vítima a entrar nas estatísticas. Para assistir o webinário sobre o tema, basta clicar aqui.